Estudos científicos e factos curiosos sobre o clímax

O estudo de Alfred Kinsey, realizado na década de 50, é ainda hoje uma referência no universo da sexualidade humana. Vale a pena olhar para ele, nomeadamente no que toca ao orgasmo.

Kinsey constatou que as principais fontes femininas de clímax se encontravam na masturbação (40 por cento) e no coito (27 por cento).

Cerca de metade das mulheres já haviam atingido o orgasmo aos 20 anos. Aos 35 eram já 90 por cento as que podiam dizer o mesmo.

Catorze por cento delas referia ter sido capaz de sentir orgasmos múltiplos. Chegadas aos 45 anos, 37 por cento dos elementos do sexo feminino já tinha tido uma experiência orgásmica durante sonhos eróticos. O mesmo acontecera a 83 por cento dos homens.

Tarefa difícil 

Diz um estudo, realizado pela Sociedade Portuguesa de Andrologia em associação com os Laboratórios Pfizer, que um terço das portuguesas confessa ter dificuldades em atingir o orgasmo. Não são as únicas. Uma investigação publicada no Journal of Sex Research demonstra que mais de cinco por cento dos homens australianos não atinge o orgasmo durante as relações sexuais, enquanto 31 por cento das mulheres passa pelo mesmo.

O curioso é que as australianas que participaram na investigação revelaram atingir mais facilmente o orgasmo caso se envolvessem com pessoas do mesmo sexo ou se o seu leque de práticas sexuais fosse alargado ao sexo oral, anal ou estimulação manual.

O papel dos genes

O qualidade da nossa vida sexual não está apenas condicionada por factor psicológicos, culturais ou ligados à qualidade da nossa relação afectiva.

Após a análise de mais de quatro mil gémeas, uma investigação conduzida por cientistas britânicos verificou que a capacidade para a mulher atingir o orgasmo está condicionada – entre 35 a 45 por cento – pelo seu património genético.

Clímax por um canudo

Se é licenciada e tem um ordenado elevado a probabilidade de atingir o orgasmo é superior à das mulheres que não possuem um curso superior e têm um salário mais baixo.

A conclusão é de um estudo conduzido por investigadores da Universidade de Sussex e pelas Universidades de Sidney e Melbourne que também constataram que os membros do sexo feminino atingem mais facilmente o clímax se usarem brinquedos sexuais ou se tiverem relações sexuais mais do que duas vezes por semana.


Funções do prazer

Os cientistas acreditam que o orgasmo feminino «esconde» um objectivo reprodutivo. Uma das teorias defende que o clímax poderá favorecer a passagem dos espermatozóides pelo tracto reprodutivo feminino.

A outra advoga a ideia de que o orgasmo feminino ajuda a cimentar a relação homem/mulher, aumentando a probabilidade da criança ser criada por dois elementos e não apenas por um.

Um dos investigadores do Hospital St. Thomas, em Londres, envolvido nesta investigação, levantou ainda a hipótese de as mulheres que atingem facilmente o orgasmo poderem ser menos eficazes na selecção do parceiro.

Detector de mentiras 

Quando a mulher sente um orgasmo as áreas do cérebro ligadas ao medo, às emoções e à consciência «desligam-se», mas se o fingirem essas mesmas zonas cerebrais mantêm-se em alerta. É pelo menos o que conta um estudo desenvolvido por investigadores da Universidade de Groningen que descobriu também que é mais fácil alcançarmos o clímax, durante as relações sexuais, se tivermos as meias calçadas!